sábado, 20 de dezembro de 2008

DARFUR À ESPERA DE UM SALVADOR

Darfur, no Sudão, cenário de um genocídio silencioso,
é um lugar sem lei e sem espaço para a misericórdia divina.
Seria também um lugar sem nenhuma esperança, não
fosse o trabalho humanitário de um batalhão de abnegados


Diogo Schelp, de El Fasher


Jehad Nga/Corbis/Latinstock
NO LIMITE DA SOBREVIVÊNCIA
Mãe e filho refugiados no campo de Abu Shouk. Darfur é beneficiado com o maior programa de distribuição de alimentos do mundo. Nos últimos anos, a taxa de desnutrição infantil caiu na região, mas continua acima da linha de emergência

Em um mundo em que a corrente de informação circula ao ritmo de terabytes por segundo e quase tudo o que se quer saber está, para 1 bilhão de pessoas, a apenas um clique de distância, como explicar que a tragédia de Darfur seja invisível? O mundo ignora ou finge ignorar que Darfur, no Sudão, é cenário de uma guerra de extermínio contra uma população indefesa. O mesmo mundo que se apieda de um filhote de urso-polar abandonado pela mãe no zoológico de Berlim fecha os olhos para as centenas de milhares de crianças subnutridas dos 130 campos de refugiados de Darfur. O mundo que está prestes a comemorar o Natal, festa que ultrapassou os limites do cristianismo para congraçar homens e mulheres de diferentes credos, esquece que em Darfur a noite de 24 de dezembro será apenas véspera de mais um dia em que crianças morrerão, homens serão executados e mulheres, estupradas. Vem sendo assim desde 2003, quando eclodiu o conflito entre o governo do ditador Omar al-Bashir e rebeldes dessa região do oeste sudanês. E também quando, armados pelo governo de Cartum, bandos de facínoras, a pretexto de combater revoltosos, intensificaram a matança indiscriminada de cidadãos que não pertenciam à sua etnia "árabe".

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Edição 2.092 da Revista VEJA

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